Economia e sociedade :Até que ponto nossa vida depende das condições materiais econômicas?
A vida de uma pessoa pode ser completamente diferente da vida de ¬outra pessoa que more na mesma cidade na mesma época, dadas as suas condições econômicas, educacionais e de classe social. E pode ter muitas semelhanças com a vida das pessoas de outros tempos.
Grande parte das características culturais das diferentes regiões brasileiras da atualidade resultou das condições da vida material e das atividades econômicas desenvolvidas ao longo da história colonial Neste capítulo, você poderá refletir sobre esses temas, no decorrer dos estudos sobre os acontecimentos políticos e econômicos do Brasil no período colonial.
A vida de uma pessoa pode ser completamente diferente da vida de ¬outra pessoa que more na mesma cidade na mesma época, dadas as suas condições econômicas, educacionais e de classe social. E pode ter muitas semelhanças com a vida das pessoas de outros tempos.
Grande parte das características culturais das diferentes regiões brasileiras da atualidade resultou das condições da vida material e das atividades econômicas desenvolvidas ao longo da história colonial Neste capítulo, você poderá refletir sobre esses temas, no decorrer dos estudos sobre os acontecimentos políticos e econômicos do Brasil no período colonial.
As invasões de Nações Européias
Desde a chegada de Cabral, o domínio português sobre sua colônia na America foi ameaçado por outros países europeus. Nem mesmo a instauração dos governos gerais em 1549 e a implantação bem sucedida do empreendimento açucareiro conseguiram afastar as incursões estrangeiras que, ao contrário aumentaram nos séculos XVI e XVII. A União Ibérica (1580 – 1640), período em que Portugal e suas colônias passaram a integrar as posses da Espanha, atraiu para o Brasil os inimigos europeus dos castelhanos, descontentes com sua hegemonia, sobretudo os franceses e holandeses.
Os franceses, após terem realizado o contrabando de pau-brasil no litoral brasileiro no inicio do Início do século XVI fundaram, em 1555,uma colônia no Rio de Janeiro; a França Antártica. Foram expulsos pelo governador geral Mem de Sá, em 1567, mas intensificaram sua presença no nordeste brasileiro. Tentaram estabelecer no Maranhão uma nova colônia, a França Equinocial. Também essa tentativa fracassou.
Em decorrência da União Ibérica, os holandeses estenderam sua inimizade pelos espanhóis as colônias do império português. Nos Países Baixos, que na época também incluíam o território da atual Bélgica, o desenvolvimento comercial e a adoção do protestantismo calvinista pela maioria da população levaram as elites mercantis flamengas a lutar pela au¬tonomia política diante do domínio espanhol e católi¬co. Em 1581, obtiveram a independência.
A luta com os Países Baixos enfraqueceu o poderio espanhol. Após uma trégua, os Países Baixos retomaram a ofensiva militar, fundando, em 1621, a Companhia das Índias Ocidentais, destinada a controlar o comércio do açúcar brasileiro e apossar-se dos domínios ibéricos na costa americana e africana. Depois de uma tentativa frustrada de invadir Salva¬dor, em 1630, os holandeses organizaram uma grande expedição que atacou a principal área açucareira da America portuguesa, a região de Olinda e Recife, onde permaneceram por quase 25 anos.
O domínio holandês na Colônia portuguesa estendeu-se desde o litoral do atual Maranhão até o território que hoje corresponde ao Sergipe. Para administrá-lo foi nomeado o conde Mauricio de Nassau, que permaneceu no cargo entre 1637 e 1644. Preocupado em normalizar a rica produção açuca¬reira, o conde conseguiu a colaboração de muitos senhores de engenho, concedendo-lhes emprésti¬mos que permitiram o aumento da produtividade. Ele também trouxe artistas e cientistas da Europa, concedeu liberdade de credo e modernizou Recife urbanisticamente.
Os últimos anos da administração de Nassau foram de muitas dificuldades. Com a queda de preço do açúcar no mercado europeu, perda de safras por incêndios, pragas e inundações e falência de muitos senhores.
A Companhia das Índias Ocidentais, apesar de todas essas dificuldades, determinou a cobrança integral das dívidas dos senhores de engenho, com juros elevados. Nassau, contrário as medidas e acusado de mau uso dos recursos, entregou o cargo, decidindo voltar a Europa. Com a saída de Nassau, aumentou o confronto dos senhores de engenho com a Com¬panhia. Antes mesmo que ele deixasse o Brasil, a luta ¬havia se intensificado no Maranhão, culminando com a expulsão dos holandeses de São Luis. A insurreição alastrou-se pelo nordeste, atingindo Pernambuco em 1645. Eclodiu então o movimento que expulsou definitivamente os holandeses, a Insurreição Pernambucana (1645-1654).
Inicialmente os colonos não contaram com a ajuda do reino de Portugal.
Apenas depois das primeiras vitórias o movimento foi ganhando apoio e
reforço metropolitanos. A luta, que tinha entre seus lideres negro
Henrique Dias e o indígena Filipe Camarão, se fortaleceu com a adesão
dos senhores de engenho às forças populares.
Os holandeses foram obrigados a concordar com a Paz de Haia, assinada em
1661. Sob intermediação inglesa, reconheceram o domínio colonial luso
em troca de uma indenização. Simultaneamente, aumentavam os vínculos
entre Portugal e Inglaterra.
Expulsos do nordeste brasileiro, os holandeses implantaram a empresa
açucareira em seus domínios coloniais nas Antilhas, a partir de onde
passaram a concorrer com vantagem sobre o açúcar brasileiro, já que eles
haviam aprendido as técnicas de cultivo da cana e de produção do
açúcar. Isso provocou a primeira crise da economia colonial, levando o
nordeste à perda de sua supremacia econômica na Colônia.
Postado
por Maryane Cavalcante de Sousa. Copiado
na integra do livro HISTÓRIA Geral e
do Brasil :Cláudio Vicentino e Gianpaolo Dorico 2..Capítulo 7
Outras atividades e expansão territórial:
Apesar da importância da empresa açucareira para a política
colonizadora portuguesa, eram realizadas outras atividades que
atendiam às necessidades da população colonial, chamadas
atividades secundárias ou acessórias, destinadas tanto à
exportação quanto à subsistência dos colonos, como os cultivos
de mandioca, tabaco, algodão e a produção de aguardente e
rapadura.
atendiam às necessidades da população colonial, chamadas
atividades secundárias ou acessórias, destinadas tanto à
exportação quanto à subsistência dos colonos, como os cultivos
de mandioca, tabaco, algodão e a produção de aguardente e
rapadura.
A mandioca estava na base da alimentação, especialmente
dos escravos, e sua produção chegou a ser imposta aos
senhores a fim de evitar crises alimentares, que poderiam afetar
a população e comprometer o projeto colonizador. Essa
imposição era, contudo, normalmente desrespeitada pelos
proprietários, que não se mostravam interessados em desviar
esforços e, sobretudo, mão-de-obra da produção do açúcar,
atividade muito mais lucrativa.
senhores a fim de evitar crises alimentares, que poderiam afetar
a população e comprometer o projeto colonizador. Essa
imposição era, contudo, normalmente desrespeitada pelos
proprietários, que não se mostravam interessados em desviar
esforços e, sobretudo, mão-de-obra da produção do açúcar,
atividade muito mais lucrativa.
O fumo, produzido sobretudo na Bahia, era importante
moeda de troca no comércio de negros escravos nas regiões
africanas. Chegou a representar a segunda maior receita de
exportação agrícola da colônia. Sua importância econômica e o
fato de exigir menos terra e menos mão-de-obra para seu cultivo
atraíram inúmeros lavradores, especialmente entre o final do
século XVII e início do XVIII. A partir do século XVII, a produção do tabaco, realizada principalmente por brancos, passou a contar
com 30% de mulatos e negros livres; de qualquer forma, nunca
foi uma atividade da elite colonial: dedicavam-se a ela os
segmentos menos poderosos da sociedade.
africanas. Chegou a representar a segunda maior receita de
exportação agrícola da colônia. Sua importância econômica e o
fato de exigir menos terra e menos mão-de-obra para seu cultivo
atraíram inúmeros lavradores, especialmente entre o final do
século XVII e início do XVIII. A partir do século XVII, a produção do tabaco, realizada principalmente por brancos, passou a contar
com 30% de mulatos e negros livres; de qualquer forma, nunca
foi uma atividade da elite colonial: dedicavam-se a ela os
segmentos menos poderosos da sociedade.
A produção de aguardente e rapadura, embora reduzida,
também era muito importante na troca por escravos africanos,
sendo realizada principalmente no litoral de São Vicente. O
cultivo de algodão, mais intenso no Maranhão, estava ligado
inicialmente à confecção das roupas dos escravos, já que os
senhores e suas famílias usavam tecidos vindos da Europa.
Porém, logo se transformou em produto de exportação.
sendo realizada principalmente no litoral de São Vicente. O
cultivo de algodão, mais intenso no Maranhão, estava ligado
inicialmente à confecção das roupas dos escravos, já que os
senhores e suas famílias usavam tecidos vindos da Europa.
Porém, logo se transformou em produto de exportação.
A pecuária e a extração das drogas do sertão, atividades
ditas secundárias, foram, juntamente com as expedições
militares contra invasores estrangeiros e em busca de metais
preciosos e índios, decisivas para a ocupação do interior
brasileiro e a ampliação das fronteiras da colônia.Nesses deslocamentos,os Colonos enfrentavam muitas dificuldades.Era comum levar indígena como guia.Para se alimentar saqueavam plantações de outros grupos indígenas,ou então plantavam gêneros alimentícios para colher de volta da expedição.Com o tempo,os habitantes dos povoados passaram a se fixar próximos dos caminhos,para oferecer pouso e alimentação,abrigando as pessoas e os animais usados no transporte.Os perigos eram muitos: animais ferozes ou venenosos,insetos,carrapatos morcegos aranhas e a resistência indígena manifestada em ataques e emboscadas..Os Caiapós,por exemplo,chegaram a viver do ataque e saque a expedições comerciais ,fluviais que se embrenhavam pelo interior.
militares contra invasores estrangeiros e em busca de metais
preciosos e índios, decisivas para a ocupação do interior
brasileiro e a ampliação das fronteiras da colônia.Nesses deslocamentos,os Colonos enfrentavam muitas dificuldades.Era comum levar indígena como guia.Para se alimentar saqueavam plantações de outros grupos indígenas,ou então plantavam gêneros alimentícios para colher de volta da expedição.Com o tempo,os habitantes dos povoados passaram a se fixar próximos dos caminhos,para oferecer pouso e alimentação,abrigando as pessoas e os animais usados no transporte.Os perigos eram muitos: animais ferozes ou venenosos,insetos,carrapatos morcegos aranhas e a resistência indígena manifestada em ataques e emboscadas..Os Caiapós,por exemplo,chegaram a viver do ataque e saque a expedições comerciais ,fluviais que se embrenhavam pelo interior.
A ocupação do nordeste e da regiao amazônica
A criação de gado nasceu próximo aos engenhos, como uma
atividade complementar da rica empresa açucareira, e deixou
pouco a pouco o litoral para se transformar num importante
elemento de ocupação do interior das capitanias do nordeste.
Embora sua importância econômica fosse muito menor que a do
açúcar, a pecuária oferecia a força motriz dos engenhos, um
meio de transporte, alimento e couro, usado na confecção de
roupas, calçados, móveis e outros utensílios tanto para os
moradores dos engenhos, como para as populações das vilas.
pouco a pouco o litoral para se transformar num importante
elemento de ocupação do interior das capitanias do nordeste.
Embora sua importância econômica fosse muito menor que a do
açúcar, a pecuária oferecia a força motriz dos engenhos, um
meio de transporte, alimento e couro, usado na confecção de
roupas, calçados, móveis e outros utensílios tanto para os
moradores dos engenhos, como para as populações das vilas.
A criação extensiva do gado, solto nas terras, demandava
sempre novas pastagens, o que favoreceu seu avanço pelo
sertão. Já no século XVII, a atividade dos vaqueiros alcançava as
capitanias do Ceará e Maranhão, ao norte, e as margens do Rio
São Francisco, ao sul, regiões onde surgiram importantes
fazendas de gado, chamadas currais.
sertão. Já no século XVII, a atividade dos vaqueiros alcançava as
capitanias do Ceará e Maranhão, ao norte, e as margens do Rio
São Francisco, ao sul, regiões onde surgiram importantes
fazendas de gado, chamadas currais.
A criação de gado deslocou-se para o interior do nordeste
não só em busca de melhores pastagens, mas também para
evitar que os animais destruíssem os canaviais. Essa migração
originou fazendas com 200 a 1 mil cabeças e até com mais de 20
mil animais. Numa estimativa do início do século XVII, o rebanho
nordestino correspondia a cerca de 650 mil reses, dobrando de
número no princípio do século seguinte.
evitar que os animais destruíssem os canaviais. Essa migração
originou fazendas com 200 a 1 mil cabeças e até com mais de 20
mil animais. Numa estimativa do início do século XVII, o rebanho
nordestino correspondia a cerca de 650 mil reses, dobrando de
número no princípio do século seguinte.
A atividade pecuarista utilizava principalmente trabalhadores
livres, como mestiços de indígenas e negros. Como pagamento,
normalmente recebiam uma cria para cada quatro animais
criados ao longo de cinco anos, o que servia de estimulo ao
vaqueiro. As dificuldades geradas pela crise açucareira atraíram
muitos colonos de extratos sociais inferiores para a pecuária.
Assim, em contraste com a sociedade do açúcar, essa atividade
permitia mobilidade social.
normalmente recebiam uma cria para cada quatro animais
criados ao longo de cinco anos, o que servia de estimulo ao
vaqueiro. As dificuldades geradas pela crise açucareira atraíram
muitos colonos de extratos sociais inferiores para a pecuária.
Assim, em contraste com a sociedade do açúcar, essa atividade
permitia mobilidade social.
No início do século XVIII, a necessidade de abastecimento
alimentar e de transporte para a empresa mineradora no centro-
sul da colônia impulsionou a pecuária nordestina e a atividade de
criação sulina na região.
sul da colônia impulsionou a pecuária nordestina e a atividade de
criação sulina na região.
O combate à presença estrangeira, especialmente durante a
União Ibérica, também contribuiu para a ocupação do interior do
nordeste e da região amazônica. As fortificações construídas
pelas expedições militares, organizadas para combater as
invasões, transformaram-se, com o tempo, em importantes
cidades da região, como a fortaleza de Filipéia de Nossa
Senhora das Neves, fundada em 1584, na Paraíba, que se
transformou na atual João Pessoa, e o forte dos Reis Magos
(1597), no Rio Grande do Norte, embrião da atual cidade de
Natal.
nordeste e da região amazônica. As fortificações construídas
pelas expedições militares, organizadas para combater as
invasões, transformaram-se, com o tempo, em importantes
cidades da região, como a fortaleza de Filipéia de Nossa
Senhora das Neves, fundada em 1584, na Paraíba, que se
transformou na atual João Pessoa, e o forte dos Reis Magos
(1597), no Rio Grande do Norte, embrião da atual cidade de
Natal.
Na região amazônica, o governo da União Ibérica decidiu
criar o Estado do Maranhão que
começava no Ceara próximo ao cabo de São Roque
e ia até a fronteira setentrional,ainda
indefenida,do Pará .Belém passou a ser uma base para repelir as
investidas estrangeiras que colocavam em risco o acesso às minas de prata espanholas da região do Peru.
A ocupação do Amazonas contou ainda com apresadores de
indígenas e com jesuítas, fundadores de dezenas de aldeias de
catequese. Contudo, a principal base econômica para a ocupação da Amazônia foi a coleta de recursos florestais- as drogas do sertão,como cacau,baunilha,guaraná e ervas medicinais e aromáticas- administradas pelos jesuítas que utilizavam o conhecimento e a mão de obra indígenas.Uma das motivações para a exploração das drogas nativas foii a perda do espaço dos portugueses no comércio de especiarias da Ásia.
catequese. Contudo, a principal base econômica para a ocupação da Amazônia foi a coleta de recursos florestais- as drogas do sertão,como cacau,baunilha,guaraná e ervas medicinais e aromáticas- administradas pelos jesuítas que utilizavam o conhecimento e a mão de obra indígenas.Uma das motivações para a exploração das drogas nativas foii a perda do espaço dos portugueses no comércio de especiarias da Ásia.
Como em
outras partes da Colônia , a ocupação da
região norte encontrou resistências dos nativos..
Nem todos
os grupos indígenas eram hostis aos
colonizadores:muitas nações se aliaram a coroa,combatendo estrangeiros e outros
grupos nativos,como aliás ocorreu em toda a América portuguesa. Os conquistadores portugueses preferiam ter as nações indigenas a seu lado,e não lutando contra eles.