Como vai você ?
Eu preciso saber da sua vida
Peça a alguém pra me contar sobre o seu dia
Anoiteceu e eu preciso só saber
Como vai você ?
Que já modificou a minha vida
Razão de minha paz já esquecida
Nem sei se gosto mais de mim ou de você
Vem, que a sede de te amar me faz melhor
Eu quero amanhecer ao seu redor
Preciso tanto me fazer feliz
Vem, que o tempo pode afastar nós dois
Não deixe tanta vida pra depois
Eu só preciso saber
Como vai você
Como vai você ?
Que já modificou a minha vida
Razão da minha paz já esquecida
Nem sei se gosto mais de mim ou de você
Vem, que a sede de te amar me faz melhor
Eu quero amanhecer ao seu redor
Preciso tanto me fazer feliz
Vem, que o tempo pode afastar nós dois
Não deixe tanta vida pra depois
Eu só preciso saber
Como vai você
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
Ser avó é sentir felicidade
É conhecer um amor doce, profundo,
É viver de carinho e ansiedade,
É resumir nos netos o seu mundo!
Ser avó é voltar a ser criança,
É fazer tudo pelo neto amado...
É povoar a vida de esperança,
É reviver todinho o seu passado.
Ser mãe é dar o coração, eu creio,
Mas ser avó... que sonho abençoado!!!
É viver de ilusão, num doce enleio,
É viver no neto o amor ao filho amado!
Autor: (Desconhecido)
domingo, 10 de fevereiro de 2013
Gritos de independência
Gritos de independência |
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Comemora-se, nesta semana, a independência do Brasil. Consta que não houve sangue, apenas o grito do Ipiranga, que marcou a ruptura com a tutela portuguesa, mantendo no poder o português D. Pedro I, que se proclamou imperador do Brasil, mas terminou seus dias como Duque de Bragança e figura, na relação dinástica, como o 28º rei de Portugal. Como se vê, na passarela da história, o samba não é o do crioulo doido.
Entre o fato e a versão do fato, a história oficial tende à segunda. Ainda hoje se discute se o grito decorreu do sonho de uma pátria independente ou da ambição de um império tropical. Ficou o grito parado no ar, expresso nos rostos contorcidos das figuras de Portinari, no romanceiro de Cecília Meireles, na poesia agônica de Chico Buarque, no coração desolado das mães brasileiras que enterram, por ano, cerca de trezentos mil recém-nascidos, precocemente tragados pelos recursos que faltam à área social. O número só não é maior graças ao voluntariado da Pastoral da Criança, monitorada pela doutora Zilda Arns.
O Brasil, pátria vegetal, ostenta o semblante de uma cordialidade renegada por sua história. Sob o grito da independência ressoam os dos índios trucidados pela empresa colonizadora, agora restaurada pela assepsia étnica proposta pelos integracionistas que julgam as reservas indígenas privilégio nababesco. Ecoam também os gritos das vítimas indefesas de entradas e bandeiras, Fernão Dias sacrificando o próprio filho em troca de um punhado de pedras preciosas, bandeirantes travestidos de heróis da pátria pelo relato histórico dos brancos, versão barroca do esquadrão da morte rural, diriam os índios se figurassem como autores em nossa historiografia.
Abafam-se, em vão, os gritos arrancados à chibata dos negros arrastados de além-mar, sem contar as revoltas populares que minam o mito de uma pacífica abnegação que só existe no ufanismo de uma elite que se perfuma quando vai à caça.
Pátria armada de preconceitos arraigados, casa-grande que traça os limites intransponíveis da senzala, na pendular política de períodos autoritários alternados com períodos de democracia tutelar, já que, neste país, a coisa pública é negócio privado. Índios, negros, mulheres, lavradores e operários não merecem a cidadania, reza a prática daqueles que sequer se envergonham de serem compatriotas de 50 milhões de pessoas que não dispõem de R$ 80 mensais para adquirir a cesta básica.
À galera, as tripas, marca indelével em nossa culinária, como a feijoada. Privatizam-se empresas e sonhos, valores e sentimentos, convocando intelectuais de aparência progressista para dar um toque de modernidade aos velhos e permanentes projetos da oligarquia. Vale tudo frente ao horror de um Brasil sujeito a reformas estruturais. Os que querem governar a sociedade não suportam os que querem governar com a sociedade.
Destroçada e endividada, a pátria navega a reboque do receituário neoliberal, que dilata a favelização, o desemprego, o poder paralelo do narcotráfico, a concentração de renda. Se o salário não paga a vida, a vida parece não valer um salário. No Brasil, os hospitais estão doentes, a saúde encontra-se em estado terminal, a escola gazeteia, o sistema previdenciário associa-se ao funerário e a esperança se reduz a um novo par de tênis, um emprego qualquer, alçar a fantasia pelo consolo eletrônico das telenovelas.
Amanhecia em Copacabana quando Antônio Maria gritou: "Não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí". Não vou pelas receitas monetaristas que salvam o Tesouro oficial e apressam a morte dos pobres. Vou com aqueles que sempre denunciam a injustiça, testemunham a ética na política, agem com escrúpulos, defendem os direitos indígenas, repudiam todas as formas de preconceitos, promovem campanhas de combate à fome, administram recursos públicos com probidade e lutam por uma nova política econômica. Vou com aqueles que, nesta semana, estarão mobilizados no Grito dos Excluídos, promovido pela CNBB, em parceria com entidades e movimentos populares. Nenhum país será independente se, primeiro, não o forem aqueles que o governam.
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