Numa
cultura oral como a africana, o griot conserva a memória coletiva. Por isso, é
costume dizer-se que «quando na África morre um ancião é uma biblioteca que
desaparece». A figura do griot tem uma enorme importância na conservação da
palavra, da narração, do mito. Na prática, eles funcionam como escritores sem
papel nem pena. Ortografam na oralidade aquilo que deve permanecer embutido na
memória e no coração dos seus familiares e conterrâneos, no sentido de manter
incrustada a identidade do seu ser e das suas raízes, fundamentada, em grande
parte, no seu passado e nos seus predecessores.
Os griots são os guardiães, intérpretes e cantores da História oral de muitos povos africanos. Na língua mandinga são conhecidos como jali e na África Central como mbomvet. Todos eles possuem uma função social bastante semelhante e de grande relevância.
Os griots cantam a história épica da África e os mitos dos diferentes povos, ou elogiam os méritos dos heróis e personagens do passado, geralmente acompanhados por instrumentos musicais, como a kora ou o xilofone.
Os griots são os guardiães, intérpretes e cantores da História oral de muitos povos africanos. Na língua mandinga são conhecidos como jali e na África Central como mbomvet. Todos eles possuem uma função social bastante semelhante e de grande relevância.
Os griots cantam a história épica da África e os mitos dos diferentes povos, ou elogiam os méritos dos heróis e personagens do passado, geralmente acompanhados por instrumentos musicais, como a kora ou o xilofone.
A
contação de histórias anda a todo vapor nos hospitais de Campinas e região.
Há relatos de fadas e príncipes que foram vistos no HC da Unicamp e no
Hospital da PUC de Campinas, duendes e cavalos alados no Hospital Mário Gatti
e no Centro Infantil Boldrini. Algumas crianças juram de pé junto que
conversaram com a Chapeuzinho Vermelho no Hospital Estadual de Sumaré e
outras que brincaram de roda com a Rapunzel nas Santas Casas de Itatiba e
Vinhedo.
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Estes
fatos são reflexos do trabalho desenvolvido pela Associação Griots - Os Contadores
de Histórias, uma organização não-governamental que tem como meta plantar e
colher sorrisos em hospitais.
O nome da Associação faz referência a grandes contadores de histórias africanos que, apesar de ainda atuarem isoladamente em algumas regiões da África Ocidental, tiveram, há séculos, um vasto e importantíssimo papel na evolução e manutenção da cultura e tradição de todo continente.
Os Griots, contadores e cantadores de histórias, eram considerados verdadeiras bibliotecas ambulantes e sua importância era tão grande que eram poupados até pelos inimigos nas guerras. Lendas, feitos heróicos e lições de vida, tudo era adorado e servia de alimento para o espírito alegre e guerreiro do povo do continente.
O nome da Associação faz referência a grandes contadores de histórias africanos que, apesar de ainda atuarem isoladamente em algumas regiões da África Ocidental, tiveram, há séculos, um vasto e importantíssimo papel na evolução e manutenção da cultura e tradição de todo continente.
Os Griots, contadores e cantadores de histórias, eram considerados verdadeiras bibliotecas ambulantes e sua importância era tão grande que eram poupados até pelos inimigos nas guerras. Lendas, feitos heróicos e lições de vida, tudo era adorado e servia de alimento para o espírito alegre e guerreiro do povo do continente.
Entre os séculos VIII e XVII, a África ao sul
do Deserto do Saara era habitada por vários povos negro-africanos, cada um com
seu jeito próprio de ser. Alguns desses povos construíram Impérios e reinos
prósperos e organizados, como o Império do Mali e o Reino do Congo.
O Império do Mali
Há poucos documentos escritos sobre o Mali; os
vestígios arqueológicos (vasos, potes, panelas, restos de alimentos e de
fogueiras) também são reduzidos. Assim, as principais fontes para o
conhecimento do Mali têm sido as histórias preservadas pelos griots e transmitidas de boca em boca, dos mais
velhos para os mais jovens.
Contam os griots que, lá pelo início do século XIII,
na África Ocidental, o povo mandinga do
pequeno reino do Mali foi conquistado e dominado pelo povo sosso, do então
reino de Gana, cujo rei era muito cruel. Certo dia, os mandingas se rebelaram
e, liderados pelo príncipe Sundiata Keita,
venceram seus opresssores na batalha de Kirina, em 1235. Cinco anos depois, à
frente do povo mandinga, Sundiata Keita conquistou Gana e passou a reinar sobre
um extenso território denominado Império do Mali.
Mapa do Império do Mali
História política
No poder, Sundiata anexou o reino de Gana
e converteu-se ao islamismo. Com o título de mansa, ele organizou o Império do Mali, dividindo-o
em províncias, e deslocou sua capital para Niani, no sul do Mali. De lá partiam
duas grandes estradas: uma que apontava para o norte e outra voltada para o
nordeste. Nesta última, surgiram duas grandes cidades negras: Djenné e
Tombuctu.
Cinquenta anos depois, o mansa Abu Bacar
I amplia o território do Mali conquistando o reino de Songai. Com seu sucessor,
Kanku Mussá, o Império do Mali chegou a seu apogeu. E, graças a suas ricas
minas de ouro e ao controle das vias de comércio com a Líbia e o Egito,
tornou-se o Estado mais rico da África Ocidental.
Durante seu reinado, o mansa Kanku Mussá
fez sua famosa peregrinação à cidade de Meca, levando consigo 60 mil pessoas e
algumas toneladas de ouro para distribuir entre os necessitados e presentear
outros governantes muçulmanos, como o sultão do Cairo. A distribuição de ouro
foi tanta que o preço desse metal precioso despencou. Na volta, Kunku Mussá
trouxe consigo um grupo de sábios e arquitetos que colaboraram para a glória do
maior Império africano de seu tempo.
África atual: divisão política e regiões
Economia malinesa
O Mali era o maior produtosr de ouro da África. Além
da mineração, os malineses praticavam a agricultura e o pastoreio. Cultivavam
arroz - a espécie nativa do valedo rio Níger -, milhete,
inhame, algodão, feijão e outros legumes. E, no vale do Níger, criavam bovinos,
ovinos e caprinos. O peixe defumado
complementava sua alimentação. A cada colheita, uma parte simbólica era
oferecida ao imperador.
O artesanato era bastante desenvolvido.
Os artesãos estavam divididos em grupos profissionais: marceneiros, cesteiros,
ferreiros, barqueiros, tecelões, ourives etc. Os ourives e os tecelões eram os
mais prestigiados. Cada grupo de artesãos tinha seu representante perante o
imperador. Os artesãos malineses eram habilidosos, como se pode ver (à direita)
por esta Kora, instrumento musical usado pelos griots.
O sal das minas do deserto do Saara
Administração e poder
No Mali, o imperador era a maior
autoridade, mas seu jeito de conduzir o governo era singular: ele ouvia as
queixas de seus súditos e julgava os casos mais importantes pessoalmente.
O imperador ouvia seus auxiliares (o conselho)
sempre que precisava tomar uma decisão importante. Uma figura de destaque na
corte africana era o griot. Os griots eram procurados por minutos reis
africanos para serem professores particulares de seus filhos. Eles ensinavam
arte, passavam conhecimentos sobre plantas, tradições, história e davam
conselhos aos jovens príncipes.
A política de consulta aos povos do Império,
combinada com um exército bem treinado e o respeito às tradições e aos costumes
dos povos sob seu domínio, contribuiu para que o Império do Mali durasse cerca
de 300 anos e chegasse a ser bastante populoso. No século XIV, durante seu
apogeu, ele chegou a ter 45 milhões de habitantes.
O Mali e os portugueses
No final do século XV, porém, o
Mali, o mais respeitado Império da África Ocidental, começou a perder
território para outros reinos negros surgidos na região, como o de Songhai.
Além disso, em seu litoral despontou uma nova ameaça: os portugueses. Eles
também tinham experiência na política e no comércio, com uma vantagem: possuíam
armas de fogo, desconhecidas pelos malineses.
Inicialmente, os traficantes
portugueses tentaram eles próprios escravizar as populações da costa africana.
Mas, como essas populações resistiram, eles mudaram de tática: começaram a
propor ajudar militar a chefes africanos que lutavam entre si. Era comum também
oferecerem vantagens comerciais a eles, incentivando-os a se rebelar contra o
imperador do Mali. um exemplo: com a ajuda portuguesa, o governante da região
litorânea de Salum separou-se do Mali, que, com isso, ficou sem sua porta para
o Atlântico. No final do século XVI, enfraquecido, o Mali foi perdendo
territórios e se esfacelando.
O Reino do Congo
No ano 1000, a África, ao sul da
Linha do Equador, era habitada por povos que falavam lìnguas banto. Nessa imensa área, os africanos também
formaram reinos poderosos e organizados, entre os quais o reino do Congo.
Tudo começou quando Nimi Lukeni,
chefe do povo Kicongo, atravessou o Rio Zaire (chamando pelos portugueses de
Congo) e se casou com uma mulher do povo ambundo. Desse casamento e da união
entre esses dois povos bantos nasceu, no final do século XIV, o reino do Congo.
Nimi Lukeni recebeu o título Mani Congo, que quer dizer "senhor do
Congo". Pouco a pouco, seus sucessores foram ampliando o território do
reino por meio de conquistas militares e casamentos.
Mapa do Reino do Congo: século XIV
O poder do Mani Kongo
O centro de poder localizava-se em Mbanza
Congo, capital, de onde o Mani Congo exercia sua autoridade, com o auxílio
conselheiros, entre os quais estavam os coletores de impostos, os secretários
reais, os oficiais militares e os juízes.
Assim como os reis europeus, o rei do
Congo possuía seu trono, seus súditos e recebia impostos, que eram pagos em espécie
(sorgo, vinho da palma, metais, frutas, gado, marfim e peles) e em dinheiro.
Os congos e os portugueses
Os congos viviam com seus costumes quando o capitão português Diogo Cão chegou à foz do Rio Congo, em
1483. No primeiro contato, o rei do Congo,
talvez por temor das armas de fogo portugueses, recebeu-os cordialmente.
Aproveitando-se disso, os comerciantes portugueses começaram a interferir na
política africana.
Com a morte
do rei do Congo, abriu-se uma disputa pelo trono entre seus dois filhos.
Os
comerciantes portugueses ajudaram
um deles, Nzinga Mbemba, a vencer o irmão nessa disputa. Logo que começou a
reinar em 1505, Nzinga Mbemba converteu-se ao cristianismo e adotou o nome
português Affonso. A partir de então, estudou dez anos com os padres em Mbanza
Congo, aprendendo a falar e a escrever bem em português.
Affonso I (1505-1543) procurou adquirir os conhecimentos e as armas que vinham
da Europa, pensando certamente em fortalecer seu reino. Com essa intenção
também enviou jovens africanos para estudar em portugal e escreveu ao rei
português pedindo que enviasse missionários, médicos e professores a seu país.
De portugal, porém, vieram principalmente traficantes interessados em conseguir
homens, mulheres e crianças para escravizar e vender.
Ao aperceber-se disso,o rei
africano Affonso I escreveu cartas ao rei de Portugal pedindo que
proibisse o comércio de africanos.O rei de Portugal não deu ouvidos ao rei do
Congo e o tráfico continuou intenso.O rei mani Congo Affonso I ,então,tentou
apelar ao papa,mas assim que seus emissários chegavam a Lisboa eram detidos e
não conseguiam seguir viagem ao Vaticano.
Depois da morte de Affonso
I, o reino do Congo continuou declinando e servindo de sementeira para o
tráfico de seres humanos.Em 1665,os Congos tentaram uma revolta
antilusitana,mas foram vencidos por tropas lideradas pelos portugueses,que
passaram então a dominar o Congo.
ATIVIDADES:
ATIVIDADES:
1.
Explique a seguinte frase: “Apesar dos aspectos comuns suscetíveis de serem
encontrados em muitos dos reinos africanos, é difícil afirmar que exista uma
África, mas sim várias Áfricas”.
2-.
(ENEM) A Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, inclui no currículo dos
estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, a
obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira e determina
que o conteúdo programático incluirá o estudo da História da África e dos
africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na
formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas
áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil, além de
instituir, no calendário escolar, o dia 20 de novembro como data comemorativa
do “Dia da Consciência Negra”.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em: 27 jul. 2010
(adaptado).
A)
referida lei representa um avanço não só para a educação nacional, mas também
para a sociedade brasileira, porque a legitima o ensino das ciências humanas
nas escolas.
B)
divulga conhecimentos para a população afro-brasileira.
C)
reforça a concepção etnocêntrica sobre a África e sua cultura.
D)
garante aos afrodescendentes a igualdade no acesso à educação.
E)
impulsiona o reconhecimento da pluralidade étnicoracial do país.
5. Apresente uma diferença
entre a escravidão existente na África antes da chegada dos europeus e a
escravidão na América Portuguesa?
6) Elabore uma tabela sobre
a economia Mali:
a)Principais produtos agrícolas
b)Atividades econômicas
c)produtos comercializados
pelos malineses
7-O que se explica a longa duração
do Império do mali