Memorial
“Cada um de nós constrói a sua própria história e cada ser
carrega em si o dom de ser capaz, de ser feliz!”
Almir Sater/ Renato Teixeira
Meu nome é Maryane
Andrade Cavalcante hj meu nome de
casada é maryane Cavalcante de Sousa. Sou filha de Raimundo Cunha Cavalcante e Francisca Andrade Cavalcante. Meu pai era um homem sábio,
estudou só até o quinto 5º ano primário(,mas tinha uma sabedoria nata).Estudou em um seminário em Tiangua-ce; Seu irmão Luis Pontes Cunha a quem ele dizia ser pai dele,pois era o responsável por sua educaçao... Quando tio Luis Cunha morreu assasinado ,papai abadonou os
estudos e foi trabalhar como
representante de tecido,viajante (caixeiro viajante) de quem sempre
escutei lindas e histórias e o conselho: “estude: é o único bem que poderemos
te dar”... Eu e papai sempre tivemos uma relaçao de carinho e amizade como pai e filha realmente.Êle era um pai sempre muito presente em todos os momentos de minha vida. Minha História começa na cidade de Massapê-ce, onde nasci e passei minha infância e adolescêcia.Não
lembro o ano nem a idade que comecei a estudar ,só sei que minha primeira escola era uma escola
isolada,funcionava na própria moradia da professora dona Claudomira; Lembro que minha vontade era
de estudar no patronato ,onde minhas primas estudavam ,mas mamãe
dizia que não podia pagar ,então me colocou na escola de dona Claudomira; professora carrasca ,já era
de idade,magra, feia,muito fria; o casarão antigo do teto escuro,as paredes amarelas clara ,uma mesa rústica,
enorme onde as crianças ficavam em pé ao redor da mesa ,com o caderno e a de carta
de ABC. Ela ficava rondando a mesa,com uma palmatória na mão,sempre tacava a
palmatoria nas pernas das crianças que ñ tivessem fazendo a lição,as
vezes era cocorote,ela tinha a unha grande e dura do dedo apontador e
enfiava com raiva nas cabeças das crianças ,eu sempre levava uns
cocorotes outras vezes a palmatória nas pernas.Eu tinha muito medo,acho que ñ
aprendi nada...um dia ela tacou a unha com força na minha cabeça que sangrou e
virou uma equizema,um espécie de uma grande bolha ,que inflamou muito.Papai
chegou de viagem e me levou ao médico,foi sajado e depois de muito tempo fiquei
boa.Mas Papai me tirou de lá e colocou no patronato. Era uma bela casa antiga ,branca
,estilo barroco com muitas janelas , lembro de cada compartimento,a casa ainda esta do
mesmo jeito,quem hoje mora la é o Dr Miguel Enéas .A farda era linda um vestidinho branco com um avental xadres
vermelho por cima .Eu adorava minha farda.Lá as irmãs costumavam cantar
,dramatizar, fazer sempre apresentações em datas comemorativas,ou dia das mães aprendi neste período alguma noção de balé ,dramatização ,poesias
... é a parte mais bonita de minha infância Lembro do dia 7 de Setembro
,marchei vestida de médica ,montada em
um carneirinho puxada por uma irmã ,eram muitas alunas todas vestidas
iguais minha primas estudavam lá
Sandra ,Teresa .Logo sai de lá para estudar no Educandário Nossa Senhora
do Carmo; Eu lembro que era o 3º ano primário meu irmão e eu .Escola particular do Roberto Frota .No 5º ano fiz os exames de admissão passei e fui
estudar no Colégio cenecista ,La eu
conheci José Coriolano Silveira, meu professor
de português,um excelente professor,e que ,também foi meu primeiro namorado. No colégio fiz muitas amizades .Eu ainda era uma criança e já sonhava em ser
uma professora.Acho que eu era influenciada pelo papai,que sonhava em eu ser
uma professora;Ele cantava pra mim: vestida de azul e branco trazendo um
sorriso franco ,um rostinho encantador,minha linda normalista rapidamente
conquista meu coração sofredor;mas eu ainda cursava o ginasial 6 série,(nesse
período mudou de 2 ano para 6ª série passou
a ser assim chamado).Papai sempre me influenciou a leitura,trazia livros de
presente de suas viagens,mamãe era professora leiga e tinha uma sala de aula em uma das salas de nossa
casa.As vezes eu dava aulas por ela. Os alunos eram da minha idade,mas eu adorava ser professora.No
segundo grau , passei para o CEM (centro educacional massapeense.já lecionava
,particular em casa, dando aulas de reforço,e quando faltava professores, me colocavam
para copiar matéria no quadro mas por minha conta eu explicava o conteúdo.
Em 1975 passei no vestibular e em 1977 ganhei de DEUS um
contrato do Estado. Mas um chefe político de Massapê ,tentou impedir que eu entrasse no
quadro de professores,coisas de política daquela época ,pois papai era do PMDB. Mas DEUS me colocou no quadro ,com apenas 70 horas aulas. Casei
em 1980 e fui morar em Ipueiras e ganhei uma ampliação temporária. Em 1997 passei no concurso público ( primeiro
lugar ,aqui em Ipueiras) Ainda ensino no
Colégio estadual Otacilio Mota .Me engajei nos movimentos
populares ,fui presidente do PT, Participei da escola popular e foi ai
que construi minha identidade profissional, de professora, de educadora e de
idealista e depois da participação no Seminário Paulo Freire para me preparar para ensinar na ESCOL A
POPULAR senti muita vontade, de fazer pos graduação ,buscando novas formas de
ensinar.Hj também busco melhorar minha forma de trabalho.
Por isso estou criando meu portififólio. ( breve mostrarei
vocês)
CANÇÃO ÓBVIA
“Escolhi a sombra de uma árvore para meditar
no muito que podia fazer enquanto te esperava
quem espera na pura esperança
vive um tempo de espera qualquer.
Por isso enquanto te espero
trabalharei nos campos e dialogarei com homens, mulheres e crianças
minhas mãos ficarão calosas
meus pés aprenderão os mistérios dos caminhos
meu corpo será queimado pelo sol
meus olhos verão o que nunca tinham visto
meus ouvidos escutarão ruídos antes despercebidos
na difusa sonoridade de cada dia.
Desconfiarei daqueles que venham me dizer
à sombra daquela árvore, prevenidos
que é perigoso esperar da forma que espero
que é perigoso caminhar
que é perigoso falar...
porque eles rechaçam a alegria de tua chegada.
Desconfiarei também daqueles que venham me dizer
à sombra desta árvore, que tu já chegaste
porque estes que te anunciam ingenuamente
antes de denunciavam.
Esperarei por ti como o jardineiro
que prepara o jardim para a rosa
que se abrirá na primavera”
Paulo Freire
“Escolhi a sombra de uma árvore para meditar
no muito que podia fazer enquanto te esperava
quem espera na pura esperança
vive um tempo de espera qualquer.
Por isso enquanto te espero
trabalharei nos campos e dialogarei com homens, mulheres e crianças
minhas mãos ficarão calosas
meus pés aprenderão os mistérios dos caminhos
meu corpo será queimado pelo sol
meus olhos verão o que nunca tinham visto
meus ouvidos escutarão ruídos antes despercebidos
na difusa sonoridade de cada dia.
Desconfiarei daqueles que venham me dizer
à sombra daquela árvore, prevenidos
que é perigoso esperar da forma que espero
que é perigoso caminhar
que é perigoso falar...
porque eles rechaçam a alegria de tua chegada.
Desconfiarei também daqueles que venham me dizer
à sombra desta árvore, que tu já chegaste
porque estes que te anunciam ingenuamente
antes de denunciavam.
Esperarei por ti como o jardineiro
que prepara o jardim para a rosa
que se abrirá na primavera”
Paulo Freire