Keblinger

Blog da Tia Maryane

terça-feira, 22 de maio de 2012

Memorial


Memorial
“Cada um de nós constrói a sua própria história e cada ser carrega em si o dom de ser capaz, de ser feliz!”
                                                                 Almir Sater/ Renato Teixeira
Meu nome é Maryane  Andrade Cavalcante  hj meu nome de casada é maryane Cavalcante de Sousa. Sou  filha de Raimundo Cunha Cavalcante e Francisca Andrade Cavalcante. Meu pai era um homem sábio,  estudou  só até o quinto 5º ano primário(,mas tinha uma sabedoria nata).Estudou em um seminário em Tiangua-ce; Seu irmão Luis Pontes Cunha a quem ele dizia  ser  pai dele,pois era o responsável por sua educaçao...  Quando tio Luis Cunha morreu assasinado ,papai   abadonou os estudos e foi trabalhar como  representante de tecido,viajante (caixeiro viajante) de quem sempre escutei lindas e histórias e o conselho: “estude: é o único bem que poderemos te dar”... Eu e papai sempre tivemos uma relaçao de carinho e amizade como pai e filha realmente.Êle era um pai sempre muito presente em todos os momentos de minha vida. Minha História começa na cidade de Massapê-ce, onde nasci  e passei minha infância e adolescêcia.Não lembro o ano nem a idade que comecei a estudar ,só sei que  minha primeira escola era uma escola isolada,funcionava na própria moradia da professora  dona Claudomira; Lembro que minha vontade era de estudar no patronato ,onde minhas primas estudavam ,mas  mamãe  dizia que não podia pagar ,então me colocou na escola de  dona Claudomira; professora carrasca ,já era de idade,magra, feia,muito fria; o casarão antigo do teto  escuro,as paredes amarelas  clara ,uma mesa rústica, enorme onde as crianças ficavam em pé ao redor da mesa ,com o caderno e  a  de carta de ABC. Ela ficava rondando a mesa,com uma palmatória na mão,sempre tacava a palmatoria nas  pernas  das crianças que ñ tivessem fazendo a lição,as vezes era cocorote,ela tinha a unha grande e dura do dedo apontador  e  enfiava com raiva nas cabeças das crianças ,eu sempre levava uns cocorotes outras vezes a palmatória nas pernas.Eu tinha muito medo,acho que ñ aprendi nada...um dia ela tacou a unha com força na minha cabeça que sangrou e virou uma equizema,um espécie de uma grande bolha ,que inflamou muito.Papai chegou de viagem e me levou ao médico,foi sajado e depois de muito tempo fiquei boa.Mas Papai me tirou de lá e colocou no patronato. Era uma bela casa antiga ,branca ,estilo barroco com  muitas janelas , lembro de cada compartimento,a casa ainda esta do mesmo jeito,quem hoje mora  la é o   Dr Miguel Enéas .A farda era linda um vestidinho branco com um avental xadres vermelho por cima .Eu adorava minha farda.Lá as irmãs costumavam cantar ,dramatizar, fazer sempre apresentações  em datas comemorativas,ou dia das mães  aprendi neste período  alguma noção de balé ,dramatização ,poesias ... é a parte mais bonita de minha infância Lembro do dia 7 de Setembro ,marchei  vestida de médica ,montada em um carneirinho puxada por uma irmã ,eram muitas alunas todas vestidas iguais  minha primas estudavam  lá  Sandra ,Teresa .Logo sai de lá para estudar no Educandário Nossa Senhora do Carmo;  Eu lembro  que era o 3º ano primário  meu irmão e eu .Escola  particular do Roberto Frota .No  5º ano fiz os exames de admissão passei e fui estudar no Colégio cenecista  ,La eu conheci  José Coriolano  Silveira, meu professor de português,um excelente professor,e que ,também foi meu primeiro namorado.  No colégio fiz muitas amizades  .Eu ainda era uma criança e já sonhava em ser uma professora.Acho que eu era influenciada pelo papai,que sonhava em eu ser uma professora;Ele cantava pra mim: vestida de azul e branco trazendo um sorriso franco ,um rostinho encantador,minha linda normalista rapidamente conquista meu coração sofredor;mas eu ainda cursava o ginasial 6 série,(nesse período  mudou de 2 ano para 6ª série passou a ser assim chamado).Papai sempre me influenciou a leitura,trazia livros de presente de suas viagens,mamãe era professora leiga e tinha uma  sala de aula em uma das salas de nossa casa.As vezes eu dava aulas por ela. Os alunos eram  da minha idade,mas eu adorava ser professora.No segundo grau , passei para o CEM (centro educacional massapeense.já lecionava ,particular em casa, dando aulas de reforço,e quando faltava professores, me colocavam para copiar matéria no quadro mas por minha conta eu explicava  o conteúdo.
Em 1975 passei no vestibular e em 1977 ganhei de DEUS um contrato do Estado. Mas um chefe político de Massapê ,tentou impedir que eu entrasse no quadro de professores,coisas de política daquela época ,pois papai era do PMDB.  Mas DEUS me colocou no quadro ,com apenas 70 horas aulas. Casei em 1980 e fui morar em Ipueiras e ganhei uma ampliação temporária.  Em 1997 passei no concurso público ( primeiro lugar ,aqui em Ipueiras) Ainda ensino no
Colégio estadual Otacilio Mota .Me engajei nos movimentos populares ,fui presidente do PT, Participei da escola popular e  foi  ai que construi minha identidade profissional, de professora, de educadora e de idealista e depois da participação no Seminário Paulo Freire  para me preparar para ensinar na ESCOL A POPULAR senti muita vontade, de fazer pos graduação ,buscando novas formas de ensinar.Hj também busco melhorar minha forma de trabalho.
Por isso estou criando meu portififólio. ( breve mostrarei vocês)

   CANÇÃO ÓBVIA
“Escolhi a sombra de uma árvore para meditar
no muito que podia fazer enquanto te esperava
quem espera na pura esperança
vive um tempo de espera qualquer.

Por isso enquanto te espero
trabalharei nos campos e dialogarei com homens, mulheres e crianças
minhas mãos ficarão calosas
meus pés aprenderão os mistérios dos caminhos
meu corpo será queimado pelo sol
meus olhos verão o que nunca tinham visto
meus ouvidos escutarão ruídos antes despercebidos
na difusa sonoridade de cada dia.

Desconfiarei daqueles que venham me dizer
à sombra daquela árvore, prevenidos
que é perigoso esperar da forma que espero
que é perigoso caminhar
que é perigoso falar...
porque eles rechaçam a alegria de tua chegada.
Desconfiarei também daqueles que venham me dizer
à sombra desta árvore, que tu já chegaste
porque estes que te anunciam ingenuamente
antes de denunciavam.

Esperarei por ti como o jardineiro
que prepara o jardim para a rosa
que se abrirá na primavera”
Paulo Freire